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Nota técnica de orientação profissional em casos de violência contra a mulher: casos para a quebra do sigilo profissional.

Muitas dúvidas envolvem o atendimento psicológico em casos de violência contra a mulher. Em parte isso se deve às muitas lacunas do processo formativo em psicologia no Brasil. Uma das questões nevrálgicas no atendimento desses casos é sobre quando deve haver a quebra do sigilo profissional. Tendo em vista elucidar a questão, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) elaborou uma nota técnica que orienta psicólogas/os quanto a quebra de sigilo especificamente nos casos que envolvem violência contra mulher. O documento surgiu a partir de uma iniciativa do Ministério Público do Distrito Federal, em parceria com representantes dos Conselhos Federais de Psicologia, Medicina, Serviço Social e Enfermagem, tendo por objetivo elaborar uma minuta de resolução em comum que norteasse a questão da quebra de sigilo, por parte desses profissionais.

Apesar dos números atualmente disponíveis sobre a violência já serem altamente alarmantes, estima-se que eles podem ser ainda maiores, já que há o problema crônico da subnotificação de casos que envolvem violência no Brasil. Ou seja, apesar de se constituir enquanto problema extremamente grave, no Brasil ainda não existe um levantamento estatístico exato sobre a ocorrência e prevalência da violência contra mulher. O problema da subnotificação, entre outros agravos, impede a identificação exata das regiões com maior ocorrência de casos de violência e como consequência prejudica o desenvolvimento de ações de prevenção melhor direcionadas.
     
Considerando que a questão da violência contra mulher tem atingido patamares epidêmicos e que é, portanto, um problema de saúde pública, o documento do CFP parte do princípio de que é dever da Psicologia mover esforços no sentido de atuar favoravelmente à construção de uma sociedade mais equânime e menos violenta às mulheres. Assim sendo, a (o) profissional de psicologia deverá, conforme prevê o documento elaborado pelo CFP, notificar às autoridades responsáveis sobre a ocorrência de casos que envolvem violência contra mulheres, seja no âmbito da saúde publica ou em consultório particular.
   
No entanto, é necessária a ressalva de que a quebra de sigilo prevista pelo CFP só deverá acontecer quando há risco iminente de feminídio. Isto é, apenas quando constatado o risco à vida da mulher em situação de violência.

Há dois tipos de notificação previstas pelo documento, são elas:

Notificação compulsória: É obrigatória e deverá ocorrer em todos os casos em que esteja caracterizada a ocorrência de violência contra mulher, seja ela qual for (independentemente de sua tipificação – violência física, psicológica, sexual, etc.). Conforme previsto na Lei Federal nº 10.778 de 24 de novembro 2003, a notificação é responsabilidade de psicólogas/os e demais profissionais de saúde que atuam em todo o território nacional, tanto em serviços de saúde públicos quanto privados. A notificação compulsória é extremamente importante, dada sua finalidade epidemiológica.

A notificação tem fins epidemiológicos e segue um processo interno dentro da Saúde Pública, servindo para a construção de perfis pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação-SINAN, os quais serão utilizados na construção de políticas públicas mais eficazes. Ou seja, é necessário conhecer minuciosamente como ocorre, a incidência e o perfil da vítima de violência para construir intervenções específicas que atendam à demanda do fenômeno. Ao não notificar, o psicólogo torna-se omisso frente a uma demanda de grande magnitude em nosso país, qual seja a da participação na construção de uma sociedade pautada em menor violência contra as mulheres.
Para proceder à notificação a (o) profissional deverá se municiar da ficha de notificação, que está disponível em todos os serviços de saúde pública e, no caso de atendimento particular, pode ser baixado diretamente no site do Ministério da Saúde (http://portalsinan.saude.gov.br/) e ser entregue/ encaminhada para a vigilância epidemiológica de seu município (buscar no Google).

O segundo tipo de notificação é a Comunicação Externa, que é um pouco mais delicada e requer uma avaliação ampla da questão por parte da (do) profissional de psicologia. É recomendável que a (o) profissional mantenha diálogo junto ao CRP em que esteja inscrito e que conheça minimamente a Rede de Enfrentamento à Violência Contra Mulher disponível em sua região (centros de referência, casas abrigo, delegacias, varas especializadas e etc.). Caso a (o) profissional desconheça os dispositivos da Rede em seu município poderá ligar para a Central da Mulher – 180, e obter orientação.

Segundo o CFP: 

Comunicação externa: se constitui como denúncia e, diferentemente da notificação, que segue um procedimento interno, é enviada para o exterior dos serviços de saúde e aciona a Polícia, a Justiça e o Ministério Público. A comunicação externa pode ocorrer com o consentimento ou sem o consentimento da mulher vítima de violência. Com o consentimento é quando a mulher está impossibilitada de fazer a denúncia e assina um termo de autorização para que o psicólogo faça a comunicação. A comunicação externa sem o consentimento da paciente configura quebra de sigilo profissional. Estes casos são os que mais preocupam os profissionais de psicologia, todavia, eles configuram uma exceção, mas nem por isso devem ser esquecidos como possibilidade importante no caso de atendimento a qualquer mulher em situação de violência.

Apesar de já mencionado, lembramos que a comunicação externa deve ser feita APENAS em situações em que a vida da mulher corra sério risco ou ainda a de seus filhos ou de pessoas próximas.

Nos casos em que não haja risco iminente de morte/feminicídio, a (o) psicóloga (o) deve trabalhar de modo a fortalecer a mulher, favorecendo seu empoderamento, oferecendo ferramentas para que ela retome sua autonomia. A (o) profissional deve focar sua atuação:

No acolhimento, orientação e fortalecimento da autonomia dessas mulheres e, somente em situações de extrema vulnerabilidade e risco de vida, fazer a comunicação externa. Semelhantemente aos casos de tentativa e ideação suicida, o objetivo maior é a preservação da vida da paciente/cliente.

A seguir, trecho da nota técnica de referencia do CFP:

Nos casos de sério risco de feminicídio, o profissional psicólogo deve quebrar o sigilo profissional e realizar a comunicação externa, bem como acessar os serviços disponíveis na rede para dar suporte a esta mulher, tendo como propósito maior preservar e proteger sua vida. Os fatores indicativos de risco de feminicídio são:

I – gravidade concreta da violência noticiada (exemplo: facada, paulada, tiro, tentativa de enforcamento ou afogamento, etc.); ou

II – violência física grave e crônica associada a uma passividade ou dificuldade da mulher em romper a situação de violência; ou

III – presença de fatores de risco de violência grave ou letal, tais como: a) aumento da frequência ou intensidade da violência em período curto de tempo; b) transtornos mentais graves na mulher; c) indicativos de transtornos mentais no agressor, com sintomas maníacos ou psicóticos, ideação suicida, alcoolismo ou dependência de drogas, transtorno de personalidade marcado por problemas com o controle da raiva, impulsividade e instabilidade; d) acesso a arma de fogo pelo agressor; e) histórico de violências graves anteriores pelo agressor contra a mulher, seus filhos, outras pessoas ou animais; f) dependência econômica ou emocional da mulher em relação ao agressor; g) gravidez ou lactância da mulher nos últimos 18 meses; h) mulher isolada de rede social; i) separação ou tentativa de separação recente da mulher em relação ao agressor; j) conflitos relacionados à guarda de filhos, pensão ou partilha de bens; l) comportamento controlador, perseguidor, ciumento ou obsessivo do agressor; m) agressor possui instabilidade profissional ou está desempregado; n) ameaças de morte à mulher; o) mulher com grave receio de agressões futuras. 



Para acessar diretamente a FICHA DE NOTIFICAÇÃO INDIVIDUAL acesse: http://portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/via/violencia_v5.pdf

Íntegra da LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm

O Conselho Federal de Psicologia também publicou dois vídeos em seu canal no YouTube que podem ajudar na compreensão e conscientização das notificações: 
   


Luciana Carvalho

Psicóloga (Uninassau) e Mestre em Psicologia Social (UFPE). Possui experiência no atendimento a mulheres em situação de violência. Palestra sobre gênero, feminismo e violência contra mulher. É autora de pesquisas sobre intervenção psicológica em casos de violência contra mulheres.


VIOLÊNCIA CONTRA MULHER E RELACIONAMENTO ABUSIVO: saiba como agir e onde procurar ajuda.





      Provavelmente você já deve ter ouvido falar em violência doméstica, violência de gênero ou violência contra mulher. Talvez, e muito provavelmente, você conheça mulheres vítimas de violência doméstica, que vivenciam relacionamentos abusivos, ou até mesmo vítimas de feminicídio. Se você for mulher há grandes chances de que já tenha sofrido algum tipo de violência, ou venha a sofrer algum dia. No entanto, apesar de muito se ouvir falar do assunto na mídia, da Lei Maria da Penha e da Delegacia da Mulher, pouco se sabe, de fato, sobre o que fazer diante de situações que envolvem abuso e violência. Isso porque a violência contra mulher, em particular a doméstica, constitui um cenário tenso e contraditório, atravessado por ideologias e crenças que perpetuam, legitimam e reforçam atos e ciclos de violência contra as mulheres.

      Um dos mecanismos que tornam essa violência tão perniciosa é a tendência que a sociedade tem de deslegitimar a queixa da mulher que denuncia o parceiro agressor. Costumamos ouvir que “alguma coisa ela deve ter feito para que o fulano agisse assim”, ou ainda, e pior, “apanha porque gosta”. Quando não se sabe de fato o que fazer, recai-se no risco de revitimizar a mulher em situação de violência, ou seja, pessoas que, quem sabe até bem intencionadas, tentam ajudar, mas acabam por atrapalhar ou piorar a situação já tão delicada da pessoa imersa em violência. Por isso, antes de julgar uma mulher nessa situação, procure se informar adequadamente. O primeiro passo deve ser compreender o que é violência, o segundo é identificar possíveis sintomas de relacionamento abusivo e/ou violento e o terceiro é obter ajuda profissional sobre como agir nesses casos.

      A violência contra mulher é definida pela Lei Maria da Penha como “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte (feminicídio), lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial (quando o agressor se apropria do patrimônio financeiro da mulher)”. No entanto, é necessário compreender que a violência dificilmente surge do dia para a noite, ela acontece paulatinamente – é um processo que vai se constituindo, muitas vezes de forma quase invisível, que vai enredando a vítima, até que ela se perceba como culpada pela violência vivenciada ou, ainda, incapaz de sair do relacionamento abusivo, visto que sua autoestima já se encontra altamente deteriorada e há instalado um quadro (geralmente agudo) de dependência psicológica. 

Veja alguns sintomas que indicam que um relacionamento é abusivo e violento:


a) Manipulação (tentativas de controlar emoções e sentimentos da vítima): o agressor mente e quando confrontado acusa a vítima de estar louca, faz jogos de culpa e chantagem emocional;
b) Superioridade do agressor: ele se coloca como superior à vítima, a faz se sentir burra ou inferior, já que ele “sempre tem razão” e a mulher se sente incapaz de compreender as coisas por si mesma;
c) Ciúmes e comportamento possessivo: envolve afastamento/isolamento da mulher de sua rede familiar e de amizades para que ela se torne cada vez mais vulnerável às investidas do agressor e dependente emocionalmente dele. O agressor geralmente desconhece limites e tenta de todas as formas minar o espaço individual da vítima (lê suas mensagens, e-mails, monitora e controla suas redes sociais, etc.);
d) Rompantes de descontrole: ele grita, quebra coisas e objetos da vítima, xinga, insinua agredi-la ou a seus filho/as, a ameaça de morte;
e) Punições: se iniciam no nível emocional e costumam evoluir para as físicas (agressões, o ele impede a vítima de sair de casa, força atos sexuais considerados desagradáveis ou degradantes pela mulher). Ele não bate diretamente, mas dá puxões ou a vítima costuma ter hematomas causados quando ele usa a força física "para acalmá-la";
f) A vítima se sente constantemente ansiosa, angustiada ou com medo. Quando confrontada, a mulher geralmente sabe que há algo errado, mas não consegue fugir dessa relação.

      Se você ou outra pessoa conhecida estiver precisando de ajuda, ligue imediatamente para o 180, Central de Atendimento à Mulher, e peça orientação. Lá você será direcionada para os serviços de atendimento especializado às vítimas de violência doméstica. Aja enquanto há tempo, uma mulher em um relacionamento abusivo hoje pode ser uma vítima de feminicídio amanhã.

Luciana Carvalho

Psicóloga (Uninassau) e Mestre em Psicologia Social (UFPE). Possui experiência no atendimento a mulheres em situação de violência. Palestra sobre gênero, feminismo e violência contra mulher. É autora de pesquisas sobre intervenção psicológica em casos de violência contra mulheres.


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INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Em quase todos os Estados do país há serviços especializados no atendimento às mulheres vítimas de violência. Ao ligar para a Central do 180 você será encaminhada para os serviços correspondentes a sua demanda. Confira alguns dos serviços disponíveis em Pernambuco:

Centro de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Sexista em Pernambuco

Recife
Centro de Referência Clarice Lispector
Rua Bernardo Guimarães, nº 470. Boa Vista (próximo a Unicap). Telefones: (81) 3355 3008/ 3009/ 3010.
Jaboatão
Centro de Referência Maristela Justus
Rua Travessa São João, nº 64. Massaranduba. Fone: (81) 3468.2485
Olinda
Centro de Referência Márcia Dangremon
Rua Maria Ramos, nº 131. Bairro Novo. Fone: (81) 3429.2707/0800.2812008

Para onde ir em caso de estupro?

            Centro Integrado de Saúde Amauri de Medeiros - CISAM – Recife.
Endereço: Rua Visconde de Mamanguape s/nº - Bairro: Encruzilhada. Telefone: (81)3182-7702, Fax: (81)3182-7703.

Serviço de Apoio à Mulher Wilma Lessa - Hospital Agamenon Magalhães - Casa Amarela. Endereço: Estrada do Arraial, 2723 - Bairro: Casa Amarela. Telefone: (81)3184-1739           

Delegacias Especializadas da Mulher:

Recife
1ª Delegacia de Polícia Especializada da Mulher
Rua do Pombal, Praça do Campo. Santo Amaro. Recife. Fone: (81) 3184.3352

Jaboatão Dos Guararapes
2ª Delegacia de Polícia Especializada da Mulher
Estrada da Batalha, s/n°. Prazeres. Jaboatão dos Guararapes.
Fone: (81) 3184.3444/3445

Petrolina
3ª Delegacia de Polícia Especializada da Mulher
Rua Castro Alves, nº 57. Centro. Petrolina. Fone: (87) 3866.6625

Caruaru
4ª Delegacia de Polícia Especializada da Mulher
Rua Dalton Santos, nº 115. São Francisco. Caruaru. Fone: (81) 3719.9106

Paulista
5ª Delegacia de Polícia Especializada da Mulher
Praça Frederico Ludgren, s/n°. Paulista. Fone: (81) 3184.7072

Garanhuns
9ª Delegacia de Polícia Especializada da Mulher
Rua Frei Caneca, nº 460. Heliópolis. Garanhuns. Fone: (81) 3761.8507

Problemas com o tempo estimado de leitura no Kindle Paperwhite? Saiba como corrigir o problema.



Há mais ou menos três anos sou usuária da linha Kindle e uma das funcionalidades que mais gosto é a possibilidade de obter uma estimativa de tempo de leitura. Ou seja, o Kindle utiliza algoritmos que calculam o tempo médio que o usuário leva para virar uma página e, a partir desses dados, gera uma estimativa de quanto tempo você levará para terminar de ler o seu livro. O legal é que essa estimativa de leitura é completamente dinâmica e personalizada, variando de acordo com o tipo de e-book, com o tipo e o tamanho da letra que você selecionou. Assim, se durante a leitura você alterar o tipo e/ou o tamanho da letra, poderá perceber que o tempo estimado de leitura será alterado.
Essa funcionalidade está disponível em todos os dispositivos, seja no aparelho da Kindle ou nos demais dispositivos em que você tiver o aplicativo instalado. Lendo no meu iPad (usando o app Kindle) percebi que o tempo estimado de leitura sempre é atualizado mais rapidamente sempre que alguma variável usada pelo algoritmo da Amazon era alterada. No entanto, observei que no meu Kindle Paperwhite isso nem sempre ocorre. Às vezes percebia que ao esquecer um e-book aberto enquanto ia atender ao telefone ou ao carteiro na porta, ou quando modificava o tamanho da letra e até mesmo quando pesquisava algum termo no dicionário ou na Wikipédia pelo próprio Kindle, o tempo estimado de leitura aparecia distorcido. Por exemplo, observei em certa ocasião que o e-book estava na metade e com tempo restante de leitura estimado em 4 horas, quando virei a página percebi que o tempo havia despencado para 1hora e 30minutos restantes. Mesmo reiniciando o Kindle o tempo permaneceu incorreto naquele e-book.
Realizei algumas pesquisas no suporte do site da Amazon e nada. No Google também não consegui nada, até que encontrei num fórum de usuários da Kindle algumas dicas de como solucionar o problema. No entanto, o fórum era de usuários dos EUA e obviamente estava em inglês. Mesmo assim arrisquei fazer o teste no meu aparelho, considerando que o sistema nativo do mesno é configurado nativamente no idioma norte-americano, e, pra minha surpresa, deu certo.

A seguir explico o passo a passo:

1. Abra o e-book e na barra de pesquisa digite o seguinte comando:

;ReadingTimeReset

(Ponto e vírgula e o comando – Reading Time Reset – todo junto e com as letras iniciais de cada palavra em maiúsculo)



2. Após digitar o comando e dar um “enter”, aparecerá uma mensagem informando que nenhum resultado foi encontrado, após isso retorne ao e-book, tocando na seta de retorno/voltar, e verificar se o tempo de leitura foi zerado. 
3. Observe que a contagem do tempo foi reiniciada. Agora é só seguir lendo e o algoritmo voltará a estimar corretamente o tempo restante de leitura. Nos dispositivos (celular, iPad, tablete, etc.) em que você tem o aplicativo da Kindle instalado não é possível usar esse comando e nem é necessário, visto que o algoritmo não apresenta esse tipo de erro. 

Agora observe a comparação do antes e do depois:



Duas curiosidades que observei:

Uma é que apesar desse erro poder acontecer no Kindle Paperwhite, nele, o tempo estimado de leitura costuma ser mais exato que o apresentado no meu iPad (como já disse, uso o aplicativo disponibilizado pela Amazon na loja da Apple). Cheguei a essa conclusão após cronometrar o tempo de leitura e comparar com o demonstrado no Kindle e no iPad. Nesse último costuma dar uma diferença para maior de aproximadamente 10 ou 15 minutos a depender do tipo e origem do e-book, já no Kindle Paperwhite o tempo é praticamente exato.
A outra é que esse erro é comum de acontecer quando lemos arquivos que não foram comprados diretamente do site da Amazon. Isso acontece muito comigo porque sempre baixo teses, dissertações e artigos em outras plataformas da internet (Scielo, BVS psi, repositórios digitais de Universidades Federais, etc.), geralmente em PDF, e converto no Calibre ou envio para conversão automática pela própria Amazon. Nos e-books da Amazon nunca identifiquei esse erro de contagem de tempo, mas com a dica que eu trouxe aqui isso já não será mais um problema. 






Vida e Obra:


Alemã, nascida em 16 de setembro de 1885, a psicanalista Karen Horney foi uma das muitas mulheres silenciadas na academia. Isso porque, assim como em todos os outros nichos da produção científica e literária, a psicanálise reflete inexoravelmente o machismo e a misoginia operados por meio da invisibilização e/ou inferiorização dos trabalhos femininos. Além disso, por discordar de alguns pressupostos freudianos, Horney foi expulsa da sociedade psicanalítica de sua época que, sendo tipicamente vitoriana, tratava as mulheres como frágeis e débeis, o que, fatalmente, empurrava o discurso feminino para o descrédito.

Apesar de nascida em Hamburgo (na Alemanha), Horney se naturalizou norte-americana no ano de 1938, poucos anos após sua radicação nos Estados Unidos, na qual veio a falecer em 1952. Sua vida foi integralmente dedicada ao desenvolvimento da psicanálise. Lecionou no Instituto de Psicanálise de Berlin, e manteve, muitos anos, nessa Capital, uma clínica psicanalítica. Foi diretora assistente do Instituto de Psicanálise de Chicago, professora do Instituto de Psicanálise de New York e da Nova Escola de Pesquisa Social, também dessa cidade.

Há dois aspectos na teorização de Horney que são especialmente nevrálgicos para a teoria de Freud:

O primeiro ponto, o meu preferido, é o postulado da autora de que a teoria freudiana da "inveja do falo" pelas mulheres é, na verdade, um mecanismo para mascarar o ódio e a inveja masculina da potência criativa interna inerente às pessoas que possuem útero. Além disso, Horney observa que, graças ao útero, a mulher pode exercer sua criatividade sobre o mundo interior (por meio da gestação) e exterior a ela. Aos homens restaria apenas a possibilidade de exercer sua criatividade sobre o mundo externo, já que seus ventres, na ausência de um útero, são incapazes de gerar/criar.
O segundo ponto interessante é que, para a autora, a concepção de Freud sobre as neuroses é frágil na medida em que inscreve exclusivamente sobre o sujeito sintomas que são produzidos em uma sociedade ou meio profundamente neurotizantes (adoecedores). Para Horney o sujeito que faz um sintoma neurótico deve, antes de mais nada, ser compreendido dentro de uma circunscrição socio-histórica-geográfica a fim de não se recair em análises superficiais, generalistas, e, por que não dizer, falaciosas.

Karen Horney – junto a Alfred Adler, Carl Jung, Erich Fromm e outros – é considerada uma das mais proeminentes pensadoras do movimento neo-freudiano[1], por ter desafiado as convenções da psicanálise tradicional e ter permitido que essa orientação teórica fosse estendida, especialmente no campo da neurose.

Horney também foi a primeira mulher psiquiatra que publicou ensaios sobre a saúde mental feminina e questionou as abordagens biológicas em relação às diferenças de gênero de seus predecessores, pelo que é considerada a fundadora da psicologia feminista[2].

Em sua psicologia feminista, escreveu sobre temas que incluem a sobrevalorização da figura masculina, as dificuldades da maternidade e as contradições inerentes à monogamia.

Algumas frases da autora:

“O menoscabo dos fatores culturais por Freud não só conduz a generalizações falsas, como, em grande parte, opõe-se à compreensão das forças reais que motivam nossas atitudes e atos. Creio que esse descaso é a principal razão por que a psicanálise, na medida em que segue fielmente as sendas teóricas desbravadas por Freud, a despeito de suas aparentemente ilimitadas potencialidades parece ter batido em um beco-sem-saída [sic], manifestando-se por um exuberante florescimento de teorias obscuras e pelo emprego de uma terminologia confusa”. (HORNEY, 1959)
“Vimos, então, que uma neurose implica em um afastamento do normal. Este critério é muito importante, conquanto não seja suficiente: as pessoas podem desviar-se da configuração geral sem serem neuróticas”. (HORNEY, 1959)

Horney deixou várias obras valiosas no campo da psicanálise, a seguir apresento a bibliografia da autora:

HORNEY, Karen. A personalidade neurótica do nosso tempo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira S.A., 1959.
______. Conheça-se a si mesmo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.
______. Novos rumos da psicanálise. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1959.
______. Neurose e desenvolvimento humano. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1959.
______. Psicologia feminina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.
______. Nossos conflitos interiores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.
______. Últimas conferências sobre técnicas psicanalíticas. São Paulo: Bertrand Brasil.

Para baixar o PDF* do Livro "A personalidade Neurótica do Nosso Tempo"

Títulos em inglês[3]:

Neurosis and Human Growth, Norton, New York, 1950. ISBN 0-393-00135-0
Are You Considering Psychoanalysis? Norton, 1946. ISBN 0-393-00131-8
Our Inner Conflicts, Norton, 1945. ISBN 0-393-00133-4
Self-analysis, Norton, 1942. ISBN 0-393-00134-2
New Ways in Psychoanalysis, Norton, 1939. ISBN 0-393-00132-6 (alternate link)
The Neurotic Personality of our Time, Norton, 1937. ISBN 0-393-01012-0
Feminine Psychology (reprints), Norton, 1922–37 1967. ISBN 0-393-00686-7
The Collected Works of Karen Horney (2 vols.), Norton, 1950. ISBN 1-199-36635-8
The Adolescent Diaries of Karen Horney, Basic Books, New York, 1980. ISBN 0-465-00055-X
The Therapeutic Process: Essays and Lectures, ed. Bernard J. Paris, Yale University Press, New Haven, 1999. ISBN 0-300-07527-8
The Unknown Karen Horney: Essays on Gender, Culture, and Psychoanalysis, ed. Bernard J. Paris, Yale University Press, New Haven, 2000. ISBN 0-300-08042-5
Final Lectures, ed. Douglas H. Ingram, Norton, 1991.—128 p. ISBN 0-393-30755-7 ISBN 9780393307559

 * A versão original do PDF encontra-se disponível no site do Filosofia Esotérica (http://www.filosofiaesoterica.com/personalidade-neurotica-do-tempo/) 





[1] Os psicanalistas neofreudianos foram pensadores que concordavam com a base da teoria da psicanálise Freudiana, porém a modificaram ou adaptaram para incorporá-la às suas próprias crenças, ideias e teorias. Sabemos que algumas das ideias freudianas eram altamente controversas, entretanto atraíram um grande número de seguidores. Muitos destes pensadores concordam com o conceito do inconsciente trazido por Freud, e sobre a importância de seu estudo da primeira infância. Porém, há um vasto número de pontos que outros pensadores discordaram ou rejeitaram. Devido a isso, estes estudiosos propuseram suas teorias exclusivas da personalidade. (Informação extraída de http://www.valordoconhecimento.com.br/blog/as-principais-teorias-da-psicanalise-neofreudiana/).
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Conteúdo:

ABNT para produção de trabalhos acadêmicos 

O que diferencia um trabalho acadêmico de um comum?

Método – processo organizado, lógico e sistemático de pesquisa, instrução, investigação, apresentação etc. 
Aonde pesquisar?

REGRAS ABNT (ATUALIZADAS) 

Tipos de Citação
 Direta 
 Indireta
 Apud 
Referências

Tutorial de configurações do editor de textos Word

  • Estrutura TCC
  • Configurações de Parágrafo: MARGENS
  • Configurações de Parágrafo: espaçamento entre linhas, recuo, alinhamento e nível de tópico. 
  • Orientação do texto
  • Nota de rodapé
  • Fonte: Letra e tamanho


TÉCNICAS DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL

Estratégias de Leitura
Resumo 
Fichamento
Resenha

CURSO VOLTADO PARA A SAÚDE LGBT 100% GRATUITO



     Estão abertas as inscrições a partir desse 21/02 para a nova oferta do curso online Política Nacional de Saúde Integral LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) O Curso é produto de uma parceria entre o Ministério da Saúde e as Universidades integrantes da Rede Universidade Aberta do SUS. O curso foi desenvolvido de modo a contribuir com os profissionais de saúde, notadamente os trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), para que realizem suas ações de cuidado, promoção e prevenção, com qualidade, de forma equânime, garantindo à população LGBT, acesso à saúde integral. O curso pode ser realizado por profissionais de saúde, gestores do SUS, conselheiros de saúde e público em geral. As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas no site da UNA-SUS/UERJ até 25 de junho de 2017, 

Para se inscrever clique AQUI ou acesse o link: http://unasus.uerj.br/lgbt

O curso é composto por um módulo de 45h totalmente a distância e autoinstrucional (sem tutores), este curso se divide em 03 unidades temáticas e seus respectivos subtemas:

UNIDADE 1 – Gênero e Sexualidade
UNIDADE 2 – O estudo da Política LGBT e seus marcos
UNIDADE 3 – Realizando o Acolhimento e o Cuidado à População LGBT





Fontes: UNA-SUS, SGEP/Ministério da Saúde, UERJ, comitê LGBT


EMENTA:
Conceitos básicos da Antropologia e da Sociologia que tratam do estudo do homem demonstrar a influência mútua entre as Ciências Sociais e a Psicologia no entendimento da formação do ser humano e sua cultura, bem como a contribuição das Ciências Sociais para a compreensão do indivíduo na sua relação com a sociedade, a cultura e o mundo contemporâneo. Reflexão sobre o papel da cultura no desenvolvimento das relações sociais e para compreender a diversidade humana.


Objetivo Geral:
Compreender a importância do estudo da Sociologia e da Antropologia na formação de profissionais de psicologia, tendo em vista os fenômenos sociais e as relações entre Indivíduo, Cultura e Sociedade. Analisar processos sociais numa visão crítico-analítico da sociedade contemporânea. Desenvolver reflexões interdisciplinares indispensáveis ao enfoque de temas e problemas da atualidade.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

Parte I – Introdução ao estudo da Sociologia

1.1  Definição de Sociologia
1.2  Objeto de estudo da Sociologia
1.3  Contexto histórico do surgimento da Sociologia
1.4  O desenvolvimento do pensamento sociológico
1.4.1     Pensamento sociológico clássico
1.4.2     Correntes do pensamento sociológico contemporâneo
1.4.4     A Sociologia nas nossas vidas
1.4.5     Relação da Sociologia com outras ciências
1.4.6     Lugar da Sociologia na Antropologia

Parte II – Introdução ao estudo da Antropologia

2.1 Definição de Antropologia
2.2 Os primeiros teóricos da Antropologia
2.3 Caracterização do pensamento antropológico
2.3 Objeto de estudo da Antropologia e a relação com seus campos
2.4 Áreas da Antropologia
2.5 Relação da Antropologia com outras ciências

Parte III – O homem e a construção da cultura

3.1 Definição de cultura (e diversidade cultural)
3.2  As concepções de cultura
3.3 Localização,essência, classificação e componentes da cultura
3.4 Abordagens antropológicas e sociológicas da cultura
3.3 Elementos da cultura: ritos e rituais, mito, imaginário e representações sociais
3.4 Cultura e Sociedade / O indivíduo e a participação na Cultura

Parte IV – Cultura e Subjetividade: Socioantropologia e Psicologia

4.1 Identidade cultural e subjetividade
4.2 A relação cultura e personalidade
4.3 Sujeito, subjetividade e mal-estar na cultura contemporânea

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
  • GIDDENS, A. Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
  • LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2007.
  • MERCIER, P. História da Antropologia. 12ª Ed. São Paulo: Centauro Editora, 2012.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
  • LARAIA, R. B. Cultura: um conceito antropológico. 20 ed. Rio de Janeiro:Zahar, 2006.
  • MARCONI, M. A.; PRESOTTO, Z. M. N. Antropologia: uma introdução. 7ª Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.
  • MELLO, L. G. Antropologia cultural: iniciação, teoria e tema. 13ª Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2007.